Fazer mochilão é uma forma mais barata de viajar e de viver grandes aventuras. Cair no mundão com uma mochila nas costas, locomovendo-se por meio de carona ou transportes mais baratos e hospedando-se em hostels pode garantir muitas histórias. No entanto, nem todas são tão boas!
Quem decide mochilar precisa estar preparado para os imprevistos e saber como contornar algumas situações que, cedo ou mais tarde, vai acabar enfrentando. Neste post, eu reuni alguns dos principais perrengues de um mochilão baseado na minha aventura pela Bolívia e pelo Peru. Veja só:
Foto do meu arquivo pessoal
Quem já viajou dentro da Bolívia e do Peru de ônibus sabe que a frota de lá é bem precária. A confusão já começa nas rodoviárias, onde tem um monte de gente berrando para disputar a atenção dos passageiros. E aí, quanto mais barata a passagem, pior é a condição do ônibus. Andei em vários ônibus fedidos, sujos e barulhentos! Esse é só o primeiro perrengue de um mochilão.
Os mochileiros que passam horas e horas em um ônibus sempre chegam à última parada com o corpo cheio de dores. E dormir bem dentro desses veículos é só para aqueles que tem o sono realmente pesado e não precisam de conforto para isso.
Ah, e as chances de acabar ficando parado na estrada por problemas mecânicos são bem grandes. Indo de Cochabamba para Puerto Quijaro, o meu ônibus quebrou e ficamos parados por mais de 2 horas até chegar um novo. Para ajudar, estava um calor insuportável. Um perrengue clássico!
Em certos momentos de um mochilão tomar banho é um luxo. Quem viaja de um canto para o outro pode ter dificuldades para encontrar chuveiros Isso quando lembra de procurar. E, quando encontra, as condições podem ser bastante precárias. Nesses casos, o banho deixa de ser uma prioridade e o jeito é esperar até chegar ao hostel.
Quando fiz o deserto do salar, por exemplo, fiquei quase três dias sem banho. Durante os três dias de tour, só havia banheiros com chuveiros no hotel da primeira noite. Após terminar o tour, peguei um ônibus direto para La Paz e depois segui para Copacabana, onde eu finalmente me hospedei e pude tomar um banho. Esse também é um perrengue clássico enfrentado por mochileiros.
Boa parte de um mochilão resume-se em ir de uma estação para outra, trocar de meio de transporte e passar horas e horas dentro de um ônibus ou trem. Em outras palavras, o mochileiro está sempre se deslocando e isso faz com que não haja tempo suficiente para sentar e fazer uma refeição completa.
Para contornar essa situação, o jeito é passar no mercado e encher a mochila de biscoitos e salgadinhos. Sabe aquela comida prática, barata e que vai enganando a fome? Então, é justamente isso! Eu perdi as contas de quantos saquinhos de cookies eu comi durante meus 20 dias de mochilão pela Bolívia e pelo Peru. Cada refeição completa que eu tinha a chance de fazer era uma vitória.
Tudo bem que esse pode ser um problema enfrentando por qualquer pessoa viajando no exterior. Mas, no caso do mochilão, a comunicação é ainda mais importante. Isso porque é preciso estar sempre comprando passagens de ônibus, contratando passeios e pedindo informações para ir de uma cidade para outra.
Na minha experiência pela Bolívia e pelo Peru, em alguns momentos, eu tive dificuldade para entender as respostas que as pessoas davam para as minhas perguntas. E não, eu não falo espanhol! Embora eu fale inglês, foram poucas as pessoas que encontrei que falavam o idioma. Então, o jeito foi apelar para o portunhol e pedir para que falassem bem lentamente (despacito!).
Pode até parecer contraditório dizer que um dos perrengues de mochilão seja carregar a mochila, mas é isso mesmo. Tem hora que cansa levar todo aquele peso nas costas. Por isso, a dica é se aventurar por aí utilizando mochilas que contam com uma estrutura especial para não prejudicar as coluna.
Para evitar esse pequeno perrengue, também vale lembrar que fazer um mochilão implica levar apenas itens necessários. Nada de muitas peças de roupas, muitas jaquetas ou coisas que não combinem com esse tipo de viagem. Um secador de cabelo, por exemplo, pode ficar em casa. Levar mais do que dois pares de sapatos e um chinelo também é demais.
Eu passando frio – foto do meu arquivo pessoal
A lista de perrengues de um mochilão não poderia deixar de incluir as condições climáticas. Ao se deslocar de um canto para o outro, o mochileiro acaba se deparando com climas bem diferentes. É importante, portanto, estar preparado para todos eles. Ter pelo menos uma jaqueta mais pesada e uma capa de chuva para si e um específica para a mochila é fundamental.
Na minha passagem pela Bolívia e pelo Peru, foi exatamente isso o que aconteceu. Conheci Machu Picchu sob a chuva, quase morri queimado no calor que estava fazendo no Salar de Uyuni e vi nevar em uma das montanhas em que visitamos próximo à fronteira com o Chile.
No final da viagem, a gente já começa a contar as moedas e racionar comida. Embora a grana vá encurtando, a vontade de adicionar mais um destino no roteiro só aumenta. E aí, bate aquela tristeza de “queria, mas não posso”. O que fazer? Bem, o jeito é ir economizando e planejar a próxima aventura.
Você já fez um mochilão e passou por algum perrengue? Conte para gente aqui nos comentários como foi a sua experiência.
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